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Tecnologia
Data Center 3.0: Conectando o futuro do Serpro
Diante de um panorama externo favorável, com mudanças na orientação governamental e o crescimento do padrão do cidadão brasileiro na utilização de serviços digitais, os data centers do Serpro vão passar por uma renovação. É uma verdadeira transformação digital interna que ocorre não só em resposta ao vácuo criado pela evolução tecnológica, mas também à necessidade da empresa de adotar práticas que atendam melhor às suas linhas de negócio.
Tudo isso vai levar o Serpro a adotar uma próxima geração de Data Centers, que devem alinhar a construção de ecossistemas de parcerias e soluções com o uso inteligente da computação geograficamente distribuída. O principal indicador do sucesso dessa tecnologia será a satisfação dos clientes aliada à economia de recursos públicos.
País mais digital das Américas
De acordo com o Banco Mundial, o Brasil já é o país com o maior governo digital das Américas, ficando à frente dos EUA e do Canadá. Somos, ainda, a sétima nação do mundo com maior maturidade na transformação digital dos serviços públicos. Feita em 2020, a avaliação comparou 198 economias globais.
A rápida expansão de serviços baseados no conceito de computação em nuvem levou o país a adotar uma normatização específica que tem como objetivo conter, em território nacional, os dados, metadados, informações e conhecimento produzidos por órgãos e entidades da administração pública federal. Trata-se de uma primeira barreira que garante a segurança e a disponibilidade de acesso dos cidadãos brasileiros a esse conteúdo, que de outro modo ficaria exposto a operações externas que não são garantidas pela submissão à soberania do Estado. Da mesma forma, gestores públicos optaram por racionalizar investimentos em Centros de Dados (Data Centers) de órgãos de governo, o que incentivou o uso de serviços na Cloud.
Nesse contexto, o Serpro se vê com uma enorme oportunidade não só de absorver serviços que precisam ser migrados das infraestruturas legadas dos órgãos mas, também, prover novos serviços a partir da sua própria infraestrutura, ou, ainda, por meio de clouds públicas de parceiros privados.
Obituário
O Gartner registrou em seu obituário o falecimento do modelo tradicional de data centers centralizados [2] e sua substituição pelas infraestruturas digitais distribuídas. Essa nova tecnologia permite habilitar a movimentação de cargas de trabalho, mais comumente tratadas como “workloads”, de acordo com as características que melhor atendem ao negócio, permitindo a criação de silos de produção que reúnam os melhores recursos para maximizar a execução dos serviços. Assim, os workloads de um mesmo serviço digital podem ficar distribuídos geograficamente criando um menor tempo de latência. Essa flexibilidade permite também o posicionamento de novos serviços em infraestruturas prontas com fácil provisionamento, disponíveis para eventuais parcerias governamentais e comerciais.
Cenário Serpro
A otimização do uso de recursos computacionais, visando principalmente a sustentabilidade, vem motivando o setor de tecnologia na busca de inovação para operação de data centers. Um dos maiores benefícios é a flexibilidade, que proporciona agilidade operacional e responsividade às necessidades do negócio. O custo operacional é outra vantagem importante, já que impacta diretamente no custo do serviço e na competitividade da empresa frente a concorrência.
Para os Data Centers do Serpro hoje, investimentos que visam apenas o aumento de recursos computacionais não produziriam os resultados esperados. Ao invés disso, o caminho evolutivo aponta para uma inovação a partir da ruptura com o modelo centralizado e também a adoção do Data Center 3.0.
Essa medida deve assegurar o suporte necessário para o desenvolvimento de soluções inovadoras em uma infraestrutura moderna e segura, com maior disponibilidade e resiliência dos serviços, conectividade e capacidade.
No próximo artigo, saiba mais sobre a história da evolução dos datacenters e a importância dos chamados “workloads”.
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Sobre os autores
Daniel Paula Guerra é gerente de Inovação de Tecnologia de Centro de Dados no Serpro. É formado em Rede de Computadores pela Estácio de Sá, e possui especialização em Gestão e Gerenciamento de Projeto pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atua desde 2021 na sua atual gerência com o objetivo de maximizar a adoção de um modelo baseado em Nuvem. Com praticamente 18 anos do Serpro, possui histórico de participação em projetos na área de infraestrutura, tendo atuado principalmente no segmento de backbone.
Régison Rodrigo Martins é gerente de Inovação de Data Center no Serpro. É bacharel em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade de Taubaté e especialista em Gestão de Tecnologia em Segurança da Informação pela Impacta Tecnologia. Possui , ainda, MBA em gestão de tecnologia da Informação pela FIAP. Atua há mais de 20 anos no mercado de TIC e faz parte, desde 2021, da CE- 021 da ABNT, que visa a criação de uma norma brasileira de melhores práticas de facilites e infraestrutura para data centers.