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ESGtec
Serpro deve se tornar mais consciente e sustentável com diretrizes ESG

Entrevista publicada originalmente em 28/7/2022
O Portal Serpro retoma a série de entrevistas sobre a adoção da agenda Ecoambiental, Social e de Governança dentro do contexto do mundo da tecnologia, o ESGtec. Hoje, o bate papo é com a superintendente do Escritório de Governança e Estratégia Corporativas (Esgec) e integrante do Comitê ESG, Adriane Martins de Paula. Abordando prioritariamente a dimensão governança, Adriane nos fala sobre como a temática impacta a administração da empresa, especialmente o planejamento estratégico.
De acordo com a superintendente, o Serpro já é uma referência em governança no governo e tem buscado continuamente fortalecer as suas práticas. Isso tem impacto direto em como a empresa se estrutura para garantir administradores comprometidos com uma atuação íntegra, focados em fazer as coisas de forma responsável. Tudo isso para alcançar a sustentabilidade e a solidez dos negócios. Neste cenário, a organização já realiza um conjunto de iniciativas aderentes a uma agenda ampla de sustentabilidade, e constatou a necessidade e oportunidade de criteriosamente direcionar as ações da instituição numa estratégia ESG. Mas que seja pensada e construída dentro dos seus valores e propósitos. E é sobre o início dessa jornada que conversamos com Adriane de Paula.
Graduada em Processamento de Dados e mestre em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação, Adriane Martins de Paula já atuou, no Serpro, áreas relacionadas com desenvolvimento de software, gestão corporativa de projetos, de processos e da estrutura organizacional e com relacionamento com clientes, dentre outras atividades. Ocupou cargos de coordenação de TI na Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e no Ministério da Indústria e Comércio Exterior, além de ter sido consultora internacional de TI no Ministério das Finanças do Governo de Angola (2006 a 2011). Atualmente, é superintendente do Esgec. Confira a entrevista.
Portal Serpro - Um dos pilares da governança para o ESGtec é a construção da Matriz de Materialidade. O que é isso e por que é importante?
Adriane Martins de Paula - A matriz de materialidade é um recurso utilizado para representar e hierarquizar os temas mais importantes relacionados às atividades de uma empresa, com base na percepção de impacto e importância para as partes interessadas.
A definição dos itens materiais identifica aquilo que é relevante para a sustentabilidade do negócio e norteia os direcionamentos, a estratégia empresarial na seleção dos objetivos e metas, as demais iniciativas estratégicas, as decisões e a prestação de contas.
A elaboração da Matriz de Materialidade é uma iniciativa alinhada com a Agenda ESG e está em andamento com o envolvimento direto da equipe do Escritório de Governança e Estratégia Corporativas (ESGEC) e do Comitê ESG. A construção da primeira versão tem priorizado os elementos identificados pela percepção das partes interessadas com maior impacto sobre a geração de valor, o modelo de negócio, a sustentabilidade econômico-financeira e a cadeia de valor.
Portal - Uma das tarefas de maior impacto deve ser a revisão dos objetivos e dos componentes estratégicos considerando o desenvolvimento sustentável. Como isso está sendo feito?
Adriane - Neste ano, o processo de elaboração da Estratégia Serpro inseriu a agenda de sustentabilidade como insumo aos debates da alta liderança - diretores, superintendentes e convidados - e nas dinâmicas para definição desde os componentes estratégicos até os objetivos, metas e seu desdobramento nos resultados-chave. A partir do conceito e diretrizes do ESG e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável o corpo de executivos é levado a refletir se os componentes estão considerando ou estão alinhados à agenda ESG.
Portal - O Serpro vai incorporar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ao Planejamento Estratégico?
Adriane - Na metodologia adotada pelo Serpro para o Planejamento Estratégico, os ODS não são incorporados diretamente. O que procuramos fazer é considerá-los no contexto do ambiente e aspectos que afetam a nossa empresa, analisar o impacto e alinhamento para considerar aqueles ODS e metas que importam. Não é necessário que a empresa esteja alinhada a todos os Objetivos de Desenvolvimento, já que alguns, pelo tema que abordam, são distantes da área de atuação da empresa.
O alinhamento já foi iniciado e ocorrerá durante todo o processo de formulação do Plano Estratégico, pois a cada etapa definida avaliamos onde a empresa se insere ou está envolvida no âmbito dos ODS.
"A proposta de atualização da Política de Governança Corporativa traz o compromisso com o desenvolvimento sustentável alicerçado nas melhores práticas sociais, ambientais e de governança corporativa para a condução dos negócios"
Portal - A Governança é uma das dimensões do ESGtec, mas ao mesmo tempo, ela direciona a incorporação das outras, social e ecoambiental, em toda a organização. Como isso se estabelece na Política de Governança?
Adriane - A proposta de atualização da Política de Governança Corporativa traz o compromisso com o desenvolvimento sustentável alicerçado nas melhores práticas sociais, ambientais e de governança corporativa para a condução dos negócios. A empresa já implementa diversas ações nestas dimensões e está concentrando e ampliando estas iniciativas dentro de uma estratégia de sustentabilidade, além de refletir estes direcionamentos na Política de Governança Corporativa e em outros normativos específicos, se houver necessidade.
Portal - O ESGtec também prevê mudanças na política de indicação de administradores do Serpro. O que deve ser incorporado como atributo de diferenciação para essas indicações?
Adriane - O Escritório de Governança e Estratégia está trabalhando numa proposta de Política de Indicação e Sucessão que contemplará, para além dos requisitos legais, outros aspectos relevantes à indicação, como conhecimentos e experiência que os auxiliem a promover a sustentabilidade empresarial. Ela abrange a indicação dos administradores, conselheiros fiscais, membros de comitês estatutários e titulares das áreas internas de governança.
O conhecimento, habilidades, mérito e a diversidade de perfis, de competências, formações, qualificações, dentre outros fatores, serão alguns dos pontos a serem propostos, de modo a contribuir para a complementariedade e pluralidade de visões na definição das estratégias, nas decisões e na administração do Serpro, e a promover a continuidade dos negócios, o alcance dos objetivos e metas e a sustentabilidade e longevidade da empresa.
Esta política é prevista no Estatuto Social do Serpro e a proposta em elaboração será alinhada e aprimorada junto à Diretoria Executiva e, posteriormente, submetida para apreciação do Conselho de Administração.
Para aprofundar
De acordo com a superintendente, durante o ano de 2021, o Serpro trouxe resultados significativos de sustentabilidade, que foram materializados no Relatório Integrado Anual 2021 (RIA). Um registro do envolvimento e engajamento dos empregados, e uma oportunidade para que a sociedade conheça a contribuição da empresa na transformação digital do Estado, por meio de soluções que permitem o acesso dos brasileiros aos mais diversos serviços públicos.