Entrevista
ESGtec
Agenda ESGtec do Serpro vai priorizar a redução da emissão de carbono
O Serpro iniciou o planejamento do que denominou de Agenda ESGtec. O objetivo é trazer ainda mais governança e sustentabilidade para o negócio e essa sustentabilidade almejada não é apenas financeira, mas também relacionada aos aspectos sociais, ambientais e de governança.
A sigla ESG vem de três palavras em inglês que traduzidas são: ambiental (environment), social e governança (governance). Ao adotar a abordagem, a empresa adicionou a abreviação ‘tec’, para dar ênfase à tecnologia, que é a sua razão de existência, sendo hoje um dos principais braços da transformação digital do governo federal.
E neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Serpro fala um pouco sobre como estão sendo planejadas as ações voltadas à sustentabilidade ambiental. O gerente do Departamento de Engenharia da Superintendência de Centro de Serviços, Rerman Bergamaschi (foto à esquerda), responde algumas questões sobre esse eixo da agenda ESGtec.
Rerman é engenheiro eletricista formado na Universidade Federal de Itajubá (MG) e entrou no Serpro em 2011. Em 2014, assumiu a chefia do Departamento de Engenharia e atualmente é um dos representantes da Diretoria de Administração no segmento ambiental do ESGtec. Confira agora o nosso bate papo.
Portal Serpro - Como vocês iniciaram o planejamento das ações voltadas ao aspecto ambiental do ESGtec?
Engenheiro Rerman Bergamaschi – Antes do programa ESG, o Serpro já desenvolvia uma série de ações de cuidados com o meio ambiente. Agora, nós estamos ampliando esse trabalho, buscando atuar com um impacto positivo ainda maior. Por exemplo, o Serpro já integra a Agenda A3P que exige, dentre outras coisas, a construção de um Plano de Logística Sustentável. Nós aproveitamos para tornar esse plano ainda mais robusto, priorizando temas essenciais, como a redução da emissão de gases de efeito estufa.
Portal – Você mencionou que o Serpro já adotava ações ambientais antes do ESGtec. Pode citar alguns exemplos?
Rerman – Na questão energética, por exemplo, nós temos usinas fotovoltaicas (de energia solar) instaladas na sede em Brasília e nos prédios no Rio de Janeiro (Horto), Curitiba e em fase de conclusão em São Paulo. No entanto, o percentual dessa energia ainda é baixo para o que essas instalações usam. A adoção de lâmpadas de LED também contribuiu, em anos recentes, com a diminuição do consumo de energia na iluminação.
A redução do consumo de água é igualmente uma preocupação antiga. As nossas instalações de esgoto a vácuo em Brasília, Recife e Andaraí (Rio de Janeiro) reduzem em 90% o gasto de água em banheiros. Ações como a aplicação de torneiras e mictórios com válvulas de fechamento automático e de descargas com sistema de menor volume também trouxeram bons resultados. Toda essa experiência nos ajuda a construir um Plano de Logística Sustentável realmente desafiador e que permita ao Serpro dar uma contribuição ainda mais substancial à preservação do meio ambiente.
"Toda essa experiência nos ajuda a construir um Plano de Logística Sustentável realmente desafiador e que permita ao Serpro dar uma contribuição ainda mais substancial à preservação do meio ambiente"
Portal – Como a empresa avaliou o próprio impacto na emissão de gases de efeito estufa?
Rerman – Nós contratamos uma consultoria para nos dar todas as orientações e gerar o relatório de emissão de carbono referente a 2019. Fizemos o levantamento nacional das informações de consumo de óleo diesel dos geradores de emergência, de energia e dos gases do sistema de climatização. A partir disso, tivemos os dados de emissão e foi elaborada uma proposta com um conjunto de ações para reduzir o que a gente gera. Fizemos um mapa de consumo de 2020 e de 2021 e vamos traçar uma linha histórica, desde 2019, para termos um quadro completo da variação dessas emissões no período.
Portal – Como é a participação do Serpro na emissão de gases de efeito estufa?
Rerman – Nós identificamos dois escopos, que são a emissão direta e a indireta. Diretamente, está relacionado ao uso de geradores de emergência, com a combustão de óleo diesel, e ao sistema de climatização, que utiliza gases no seu circuito de refrigeração e que acabam vazando com o tempo de uso dos equipamentos. Já o escopo indireto, ou seja, de gases não produzidos propriamente por uma ação da empresa, tem relação com o consumo de energia elétrica que o Serpro contrata das concessionárias, e essa emissão de gases acontece no momento da geração da energia.
Portal – E como a empresa planeja tratar a geração direta desses gases carbônicos?
Rerman – O nosso Plano de Logística Sustentável vai apresentar as linhas de ação, e que serão submetidas ao Comitê ESG (saiba mais sobre o comitê na entrevista com a coordenadora Elana Sousa) e à Diretoria Executiva do Serpro. Com o sinal verde, nós estamos prevendo substituir nacionalmente os cerca de 350 equipamentos de climatização que utilizam o Gás Refrigerante R22. Esse é um gás com impacto tão relevante que há um acordo internacional, do Protocolo de Montreal, pela sua eliminação total até 2030 em países como o Brasil. Na Europa, ele já não é mais utilizado.
Portal – Quais ações são tratadas para o escopo indireto: o consumo de energia elétrica?
Rerman – Nós iniciamos uma discussão sobre qual a melhor abordagem para tratar efetivamente a questão. Uma possibilidade é a troca da matriz energética, substituindo a energia da rede tradicional por fontes renováveis como a solar e a eólica. Outra opção é investir na redução do consumo de energia: quanto menos se utiliza, menos gases são emitidos, ainda que indiretamente. Uma terceira possibilidade é a empresa mudar toda a sua matriz energética e, ao invés de contratar energia de uma concessionária, comprar energia gerada de fonte 100% renovável pelo mercado livre, por licitação ou leilão de menor preço. Vamos agora apresentar todo o planejamento, com os valores e o tempo de execução de cada projeto para discussão com o Comitê e com a Diretoria. Com a decisão tomada e a aprovação dos investimentos, o objetivo é agir o quanto antes.