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Consultoria em processos de governança, riscos e controles também é papel da Auditoria Interna

A convite do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o auditor interno do Serpro, Carlos Moraes de Jesus, participou, na tarde desta segunda-feira, 29, do painel sobre Consultoria em Auditoria no “Fórum Permanente de Auditoria do Poder Judiciário”. O evento aconteceu na sede do CNJ com transmissão pelo YouTube. Em sua apresentação, Moraes contextualizou sua atuação à frente da Auditoria Interna do Serpro. “Quando assumimos essa missão, em 2018, ainda havia poucas práticas dentro da auditoria governamental de trabalhos mais consultivos e menos ainda em termos de projetos estruturantes. E nosso desafio foi esse, sair de um trabalho mais operacional para uma atuação consultiva, com projetos que envolvem várias áreas da organização e seus desafios de convergência, buscando as melhores práticas internacionais”, afirmou.
“A auditoria governamental passou por mudanças significativas nos últimos anos, com a introdução de práticas mais consultivas. Enquanto a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) já realizavam trabalhos de consultoria, a auditoria interna ainda estava em estágios iniciais de desenvolvimento nessa área. No entanto, a necessidade de projetos estruturantes em consultoria tem se tornado cada vez mais evidente”, explanou Moraes.
Segundo ele, a discussão sobre a normatização do processo de consultoria prestada pela auditoria resultou na publicação de um normativo que estabelece os procedimentos relativos aos serviços de consultoria prestados pela Auditoria Interna do Serpro. “Essa norma foi importante para estabelecer as bases do trabalho consultivo realizado pela auditoria uma vez que a auditoria interna desempenha um papel fundamental como parceira da alta administração e dos colegiados de governança. Por estar presente em diferentes áreas e processos operacionais da organização, a auditoria interna possui o conhecimento necessário para fornecer um bom assessoramento e suporte à alta administração”, relatou.
Projetos estruturantes
Sobre a atuação em projetos estruturantes, que envolvem várias áreas da organização e a adoção de melhores práticas internacionais, “Nossa capacidade de transitar entre diferentes níveis da organização permite que a auditoria interna seja um parceiro eficaz para a implementação desses projetos. Além disso, a proximidade com a realidade operacional da organização facilita a implementação de referências de governança de forma mais realista”, pontuou Moraes.
Para Moraes, a consultoria em projetos estruturantes oferece alguns atributos que a tornam uma boa iniciativa. “Em primeiro lugar, esses projetos envolvem várias áreas da organização e a auditoria interna é capaz de transitar facilmente entre elas. A habilidade de conectar teoria e prática, conhecendo a realidade dos processos e das dificuldades enfrentadas pelos gestores, permite que se ofereça um suporte mais efetivo e a capacidade de atuar em diferentes níveis operacionais, táticos e estratégicos facilita o desenvolvimento de iniciativas que promovam a governança”, afirmou.
A Importância de avaliar o trabalho de Auditoria Interna: promovendo a melhoria contínua
Carlos Moraes destacou ainda a boa prática de avaliar o trabalho da auditoria interna, que vai além de simplesmente realizar auditorias e pode ser realizada por meio de questionários enviados à equipe da área auditada e aos clientes. O feedback permite captar não apenas os aspectos tangíveis do trabalho da auditoria interna, mas também os aspectos intangíveis, como a percepção e a experiência do cliente. Para ele, essa abordagem possibilita compreender melhor como a auditoria interna contribui para a estruturação dos processos organizacionais, identificar pontos fortes e oportunidades de melhoria e fortalecer o relacionamento entre a equipe de auditoria e os auditados.
“É essencial obter feedback dos clientes e das áreas auditadas para aprimorar continuamente o desempenho e a eficácia da função de auditoria interna. Ao receber feedback temos a oportunidade de refletir sobre sua atuação e promover melhorias no processo de auditoria e aprimorar a entrega de valor. O feedback também pode ser utilizado como subsídio para o programa de qualidade da auditoria interna, impulsionando a busca contínua pela excelência e aperfeiçoamento dos processos”, completou, indicando que a cerimônia de encerramento de um trabalho de auditoria, seja de avaliação de consultoria ou outra modalidade, também é um momento propício para que o cliente possa dar seu retorno.
Interagir bem com os envolvidos em um processo de auditoria é fundamental
Finalizando sua participação no painel, Carlos Moraes explicou que a condução de um processo de auditoria eficaz requer mais do que apenas habilidades técnicas e conhecimento especializado. “É fundamental estabelecer uma interação positiva e construtiva com as equipes auditadas, a equipe de gestão e demais envolvidos. Romper os bloqueios culturais e convencer os stakeholders da importância e do valor agregado pela auditoria exige um trabalho contínuo de envolvimento e prática”.
Para ele, o desafio de convencer pela prática, em vez de apenas explicar os serviços de auditoria de forma teórica, é essencial e que a auditoria interna deve olhar para cada etapa do trabalho e buscar maneiras de conduzi-las de forma diferente “envolvendo as equipes e promovendo discussões construtivas, desde o planejamento até a definição do escopo e dos entregáveis, é necessário estabelecer um diálogo aberto e valorizar a percepção e as necessidades do cliente”, completa.
O evento
O Fórum Permanente de Auditoria do Poder Judiciário é uma iniciativa promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão do Poder Judiciário responsável pela supervisão, controle administrativo e disciplinar do sistema judicial brasileiro. O Fórum foi criado com o objetivo de promover a troca de experiências, debates e discussões relacionadas à auditoria no âmbito do Poder Judiciário e reúne profissionais de auditoria e controle interno, responsáveis por avaliar a eficiência, a legalidade e a transparência das atividades administrativas e financeiras das instituições em que atuam.
Durante o Fórum, que segue até quarta-feira, 31, são discutidos diversos temas relevantes para a área de auditoria no Poder Judiciário, como melhores práticas, normas técnicas, procedimentos de controle interno, gestão de riscos, combate à corrupção, transparência e prestação de contas. Além disso, o evento permite a troca de informações e experiências entre os participantes, fomentando a capacitação e o aprimoramento contínuo dos profissionais de auditoria. O evento acontece presencialmente em Brasília, com transmissão pela Internet através do canal do CNJ no YouTube.
A realização do evento é atribuição do Comitê de Governança e Coordenação do Sistema de Auditoria Interna do Poder Judiciário (SIAUD-Jud), presidido pelo secretário de Auditoria do Conselho Nacional de Justiça.
Mês Internacional da Auditoria Interna
Maio é o mês Internacional de Conscientização da Auditoria Interna. Anualmente, neste período, o The IIA incentiva profissionais, departamentos e institutos de todo o mundo a promoverem ativamente o valor da profissão de auditor, incluindo publicações nas redes sociais, usando as hashtags #IIAMAY e #IIABrasil.