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Mostra “Diálogos em Movimento” leva debates sociais e ambientais ao cinema em Brasília e São Paulo

Depois de uma temporada em Paris, a mostra “Diálogos em Movimento” chega ao Brasil para ampliar o debate sobre temas que atravessam fronteiras, como meio ambiente, migração, diversidade e democracia. Voltada ao intercâmbio cultural entre Brasil e França, a mostra utiliza o cinema como ferramenta de reflexão e transformação social, reunindo obras premiadas e promovendo debates entre criadores, especialistas e o público.
Entre os dias 3 e 5 de novembro, em Brasília, e 6 e 8, em São Paulo, a mostra apresenta seis obras de destaque internacional, entre documentários e ficções, que exploram desafios contemporâneos como a crise climática, a biodiversidade, a discriminação e as migrações. O evento é gratuito e aberto ao público, integrando a programação oficial da Temporada Brasil-França 2025. A realização é da Associação Autres Brésils e da Amandiê Produção, com patrocínio do Serpro, empresa pública de inteligência em governo digital.
“O interessante deste projeto é apresentar um Brasil distinto dos estereótipos. Por isso o Serpro, uma empresa estatal de inteligência da informação, teve a satisfação de patrocinar – também nós trabalhamos por um país diverso e democrático. Faz muito sentido colaborar para que seja divulgada nossa complexidade cultural, de maneira tão rica e inclusiva, como ocorre nessas temporadas”, afirma Loyanne Salles, superintendente de Comunicação, Marketing e Responsabilidade Social do Serpro.
Cinema e reflexão
A programação reúne produções premiadas e encontros entre cineastas, pesquisadores e ativistas do Brasil e da França. Em Brasília, as sessões ocorrem na Universidade de Brasília (UnB), entre os dias 3 e 5, sempre às 14h30, no Auditório Pompeu de Sousa. A abertura oficial será no dia 3, às 18h, na Embaixada da França, na Sala Le Corbusier. Em São Paulo, o Centro MariAntonia (USP) recebe as exibições e debates nos dias 6 e 7; e o encerramento será no dia 8, às 17h, na Nave Coletiva (Mídia Ninja), com uma conversa com o professor Jean Tible, da USP, autor do livro Política Selvagem.
A idealizadora do projeto, Érika Campelo, destaca que o evento é uma extensão natural do festival francês Brésil en Mouvements, que há 21 anos promove o encontro entre cinema, sociedade e ativismo. “Com o Diálogos em Movimento, queremos ampliar esse intercâmbio e trazer para o Brasil esse espírito de debate vivo e participativo, discutindo temas urgentes para o planeta e para a democracia, inspirados pelo olhar crítico e poético do cinema dos dois países”, explica Érika.
“Alinhado com os recortes conceituais que balizaram os projetos chancelados no âmbito da Temporada Brasil-França 2025, o encontro proposto pela Autres Brésils reforça o nosso protagonismo frente a pautas recorrentes, sobretudo nesse momento, quando nos próximos dias o Brasil receberá pessoas do mundo inteiro na COP30 para tratar de uma agenda que permeia urgências climáticas e o fortalecimento do multilateralismo”, ressalta Robson Bento Outeiro, coordenador Executivo da Temporada Brasil-França 2025.
Filmes em destaque
A mostra apresenta um panorama diverso e instigante do cinema contemporâneo, com produções que exploram diferentes realidades sociais e ambientais sob múltiplos olhares. Entre os títulos internacionais, destaca-se La Rivière, do francês Dominique Marchais, vencedor do Prêmio Jean Vigo 2023, que percorre os rios entre os Pirineus e o Atlântico para retratar a relação entre natureza, território e vida humana. Já Sur l’Adamant, de Nicolas Philibert, vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim 2023, convida o espectador a embarcar em uma instituição psiquiátrica flutuante no rio Sena, propondo uma reflexão sensível sobre saúde mental e empatia.
A produção centro-africana Josepha, dirigida por Joseph Akouissone, traz uma narrativa sobre o protagonismo e a resistência das mulheres negras, ambientada no cotidiano de um salão de beleza. Em Les Habitants, a cineasta Maureen Fazendeiro acompanha a chegada de imigrantes a uma pequena cidade francesa, revelando tensões e laços entre culturas.
Entre as produções brasileiras, Moti, de André Okuma, aborda segredos familiares e traumas de uma matriarca de origem japonesa, enquanto Mensageiras da Amazônia, do Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi em parceria com Joana Moncau, dá voz às mulheres Munduruku na denúncia das ameaças aos territórios indígenas no sudoeste do Pará.
Debates e convidados
Além das exibições, o evento promove debates abertos ao público, reunindo diretores e especialistas do Brasil e da França. Entre os participantes confirmados estão Dominique Marchais, André Okuma, Laurent Callonnec, Dácia Ibiapina, Bia Barbosa (Repórteres Sem Fronteiras), Mari Corrêa (Instituto Catitu), Paulo Illès (Rede Sem Fronteiras), Beka Munduruku, Ana Maria Gomes Raietparvar (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania), Érika Campelo (Autres Brésils) e Jean Tible (USP).
Confira a programação completa.
 
                       
    
    
 
        
       
        
       
        
      