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“O mundo precisa de gente louca”

A humanidade está às portas de um mundo em que a tecnologia vai estar tão presente na vida de cada pessoa quanto peças de vestuário ou o hábito de ir trabalhar. Os avanços nas tecnologias de informação e comunicação e nas ciências biológicas e da saúde podem chegar a extremos, como o fim de 80% das especialidades da medicina ou até mesmo permitir que uma criança ou adolescente arteiro consiga “hackear” o código genético do cachorro de estimação.
Este futuro, interessante para uns e polêmico para outros, foi apresentado nesta quinta-feira, 31, por Salim Ismail, cofundador da Singularity University, instituição de ensino vinculada à Agência Espacial Americana (Nasa) e conhecida por dedicar-se a pensar exclusivamente o futuro. Na ocasião, Salim considerou que, em nossos tempos, o mundo precisa de gente louca: “somente gente louca pode consertar um mundo louco”, afirmou Ismail, muito embora o seu conceito de loucura necessariamente englobe a inovação e soluções geniais para problemas que acompanham a humanidade há muito tempo.
E o futuro?
O futuro, segundo Ismail, reserva à sociedade surpresas que podem ser percebidas a partir de um determinado estágio, no desenvolvimento científico, identificado como “ponto de inflexão ou de singularidade”: ponto em que o crescimento, a popularização e a redução de custos de um determinado produto ou ideia modificam-se por um fator exponencial. “Nosso trabalho na Singularity é identificar quais tecnologias estão em seus pontos de inflexão e estimular o empreendedorismo nestas ideias”, explicou.
No entanto, o incrível desenvolvimento tecnológico não traz consigo apenas benefícios, e é importante antevê-los, segundo Ismail: “para se ter uma ideia, a Foxconn substituiu 500 mil trabalhadores na China por milhares de robôs, reduzindo sua força de trabalho para 20 mil”, disse ele, ao reforçar que isso pode resultar em desemprego generalizado no futuro. Ao mesmo tempo, ele reforçou que a ubiquidade da tecnologia fará com que cada vez mais violações da privacidade ocorram – sejam elas perpetradas por governos ou por empresas privadas.
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