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"A Internet está sob ataque"
A declaração é do sociólogo e Doutor em Ciência Política, Sérgio Amadeu, em debate realizado no início da tarde de hoje no Fórum Social Mundial. O coordenador executivo do CISL, Deivi Kuhn, também participou da atividade.
O público que acompanhou a roda de discussão sobre o tema “Internet sob ataque”, com Sérgio Amadeu e Deivi Kuhn, saiu da atividade com a missão de salvar a rede mundial de computadores. Projetos de lei de crimes na internet que começam a surgir em vários países e a tentativa de quebrar o princípio da neutralidade são duas das principais ameaças ao uso livre do mundo virtual.
No Brasil, o projeto de lei do senador mineiro Eduardo Azeredo, que trata justamente de crimes na internet, vem sendo combatido por diversos movimentos da sociedade, é um dos exemplos de regulamentações que comprometem a liberdade e a privacidade das pessoas.
“Nós temos que derrotar o projeto do senador Azeredo. Essa é uma grande luta”, declarou Amadeu. De acordo com ele, um dos dispositivos mais absurdos é a da exigência de manutenção por três anos dos registros de navegação dos usuários. O sociólogo acredita ser inaceitável a vigilância de todos os brasileiros em função de uma minoria de pessoas que usam a web para cometer atos ilícitos.
Princípio da Neutralidade
Sérgio Amadeu falou sobre os esforços de grandes corporações em quebrar a neutralidade na internet. O rompimento desse princípio significaria o controle direto sobre os tipos de dados que circulam na rede. Um provedor poderia definir, por exemplo, que determinadas páginas web fossem abertas com mais velocidade do que outras.
Software livre e padronização
A participação de Deivi Kuhn na discussão trouxe a questão do padrão de documentos ODF e do software livre. O coordenador do Serpro destacou a ação de grandes empresas de software que tentam a dominação de mercado em detrimento da troca eficiente de informações.
Kuhn mantém o questionamento à ISO, que pela primeira vez adotou duas normas diferentes para o mesmo tema. O OXML da Microsoft, declarado como padrão para a instituição, pode prejudicar a interação com os povos asiáticos, já que o formato não comporta idiomas orientais.