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Belém abriga mais uma edição da Oficina de Inclusão Digital
A Oficina, que tem o objetivo de promover a troca de experiências entre os diversos grupos que carregam a bandeira da inclusão digital no Brasil, segue até sexta-feira, 7, com intensos debates sobre o tema.
A mesa de abertura do evento contou com a participação dos vários realizadores e apoiadores da Oficina, destacando-se a participação do coordenador de Inclusão Digital do Serpro, Luiz Cláudio Mesquita, que fez referência à grandeza desta 7ª edição da Oficina, a qual alcançou mais de três mil inscrições.
O coordenador ressaltou a importância da realização do evento no estado do Pará, o que trouxe à Oficina uma característica nacional e integradora. “A discussão com o povo do Norte será de grande valia, e acredito que poderemos trocar o máximo de informações a fim de criar propostas claras de consolidação da inclusão digital no Brasil”, acrescentou Mesquita.
Maurílio Monteiro, do governo do Pará, indicou a diversidade cultural, étnica e social da região amazônica como um diferencial para o processo de inclusão. “Precisamos de programas que superem os desafios de acesso, transporte e comunicação da região, além de fornecerem elementos informacionais que preservem a diversidade da Amazônia”, completou Maurílio, que indicou o programa Navega Pará como um revolucionador da conectividade na região. “O programa está instalando 2 mil Km de cabo de fibra ótica iluminada. Na Amazônia, isso significa cortar rios de mais de 700m, conectar cidades e ser a única opção de acesso à rede”, explicou.
Edgar Piccino, do projeto Casa Brasil, indicou a participação popular e o controle social no processo de construção de políticas públicas para a inclusão digital, como alternativas de integração sociedade e governo. “A unicidade de discurso das iniciativas, no que se refere às práticas de gestão e utilização do software livre, assim como a maturidade dos projetos é possível a partir dessa integração”, analisou Piccino.
Rodrigo Assumpção, da SLTI – instituição promotora do evento – e coordenador do Comitê Técnico de Inclusão Digital do governo federal, ressaltou que a Oficina é uma possibilidade de intercâmbio das diversas iniciativas de inclusão digital, e que devem resultar em formação de redes de compartilhamento e mobilização social.
Histórico
O coordenador do Comitê resgatou a história das outras edições da Oficina. Ele conta que em 2001, o governo anterior percebeu a necessidade de discutir o assunto de inclusão com os movimentos sociais e ONG's, os quais já tinham iniciativas junto às comunidades. “Nós geramos durante a 1ª Oficina, em Brasília, um documento confuso e extenso, tratando de assuntos gerais e específicos. Mas que serviu de base para diversos projetos em torno do país” relembra Assumpção.
Em 2002, o evento não foi realizado devido à falta de incentivos do governo. Já no ano de 2003, com a troca do governo, a SLTI realizou a 2ª edição do evento, também em Brasília, mas que não alcançou seus objetivos. “Tivemos a participação de muitos engravatados, empresas querendo vender para o governo e pouquíssima gente da ponta”, analisou.
No ano de 2004, a Oficina aconteceu em São Paulo, com profundo envolvimento da comunidade local e de telecentristas. “Demos uma cara diferente ao evento, mas faltou muito dinheiro, porque não havia interesse por parte dos parceiros”. Em 2005, a Oficina do Rio de Janeiro demonstrou que a estrutura do evento tinha problemas para captar patrocínio e participantes.
Rodrigo relembra que o ano de 2006 foi quando a Oficina se encontrou. “Realizada em Porto Alegre, com o apoio da PUC e de grandes patrocinadores, foi o ano que tivemos maior participação dos telecentros, o que deu àquele momento discussões vibrantes que apontaram um caminho mais concreto de evolução dos projetos”. Em 2007, na Bahia, Assumpção ressaltou a importância da integração das iniciativas da sociedade civil, com os projetos desenvolvidos nas escolas públicas.
Comunicação Social do Serpro - Belém, 4 de novembro de 2008