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Conceito de inclusão digital deve ser reavaliado
Léa iniciou sua apresentação abordando sua motivação pessoal pelo tema: “Eu tenho quase 60 anos de magistério e, por isso, afirmo que o maior problema da educação é o conservadorismo dos professores”. Ela contou algumas de suas viagens pelo mundo para visitas em escolas, com o objetivo de conhecer suas metodologias de ensino e a inserção da informática neste contexto: “Em Madri, durante uma visita, conversei com o coordenador do projeto de inclusão de tecnologia digital na escola. Ele daria aula de matemática para alunos da sexta série e me convidou para assistir. Fui e percebi que a inclusão da informática era simplesmente o uso da lousa eletrônica, ou seja, em vez de utilizar o apagador no final da aula, ele apertava o 'delete'”.
Para Léa, “o problema é este conceito de inclusão digital, que está errado. Não devemos pensar em colocar computadores para os alunos e, sim, como fazer a inclusão da cultura digital. A escola faz da informática uma disciplina e a utiliza para fazer o que os professores já fazem”. Ela fez outras críticas ao método de ensino: “Ele é um desperdício da inteligência humana, porque não estimula a pensar, apenas a decorar”.
Léa disse que discorda do preconceito contra o ensino no Brasil: “Os professores brasileiros não são coitadinhos e os alunos não são ruins. O que acontece é a falta de estímulo e estrutura”. E apontou os caminhos para o avanço: “O ensino no Brasil vem melhorando muito, mas ainda precisa de investimentos nos profissionais, nas instituições e, principalmente, na prática educacional”.
Durante sua apresentação, ela afirmou que o Ministério das Comunicações ordenou às empresas de telecomunicações que providenciem internet com banda larga em todas as escolas do país até 2010. O dado também foi apresentado pelo Gerente de Projetos da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações (MC), Jovino Francisco Filho, no painel “Governo Eletrônico: os desafios em direção as necessidades da Sociedade”, realizado também pela manhã. Para ler a matéria a respeito do painel, clique aqui.
Construção de Conhecimento Livre na América Latina
Enquanto Léa palestrava, ocorria, em outra sala do Consegi, a palestra “Construção do Conhecimento Livre na América Latina”, que foi apresentada pelo diretor técnico da Universidade de las Ciencias Informáticas de Havana, Renier Pérez García, e pelo assessor do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Djalma Valois.
Renier apresentou o sítio da Universidade (http://www.uci.cu/) e comentou sobre alguns avanços obtidos durante sua gestão: “Nós temos teleaulas em mais de 20 disciplinas e estimulamos muito a pesquisa”. Em seguida, Djalma apresentou o sítio do Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento (http://cursos.cdtc.org.br/), que possui cursos virtuais de ShellScript, Wine, Bind, Criptografia, dentre outros. De acordo com o ranking do CDTC, das empresas públicas que mais realizam cursos, o Serpro ocupa o segundo lugar, atrás apenas da Caixa Econômica Federal.
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Comunicação Social do Serpro - Brasília, 29 de agosto de 2008