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Do quadro negro à tela do laptop
No último dia 14, uma escola em São João da Ponta, no Pará, reuniu dezenas de pessoas no lançamento do “Um computador por aluno” no município. A iniciativa faz parte de uma nova etapa do ProUCA, na qual 100% das escolas de seis municípios, entre eles São João da Ponta, serão beneficiadas pelo programa que, neste caso, foi intitulado de UCA Total. “É emocionante ver que alunos e professores de um local com índices sociais muito baixos, onde não tem sequer Correios, vão poder agora, por exemplo, ter e-mails, fazer pesquisas na internet. Isso vai ser realmente uma revolução”, aposta Elisângela Santana, que esteve na inauguração e é uma das integrantes da equipe do Serpro que dá suporte técnico ao programa.
Pelo ProUCA, a escola recebe laptops para alunos e professores, capacitação no uso da tecnologia e infraestrutura para acesso à internet sem fio. “O uso da rede sem cabos é uma quebra de paradigma, pois a escola passa do ensino tradicional, que usa o quadro negro em sala de aula, para uma nova possibilidade, em que professores e estudantes podem usufruir do computador como ferramenta de formação em qualquer lugar, seja no pátio da escola, ou até mesmo em uma aula numa praça pública”, destaca o coordenador estratégico de Inclusão Digital do Serpro, Luiz Cláudio Mesquita. “E isso movimenta toda a cidade, já que outros moradores podem se beneficiar da nuvem de internet sem fio que o município recebe”, completa ele.
Hardware ergonômico e software livre
Além de contribuir para a especificação da infraestrutura da rede sem fio do ProUCA, o Serpro participou, ao lado da Presidência da República, do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério da Educação e de outras entidades, de etapas anteriores em que foram discutidos quais seriam os perfis de hardware e software mais adequados para um projeto com fins pedagógicos. “Nessas fases, identificamos a necessidade de adotar um computador que fosse portátil, leve, resistente. Já na parte de software, adotamos a plataforma aberta por acreditar que ela, além de reduzir custos, permite uma apropriação tecnológica que facilita a criação e adaptação de programas com fins educacionais”, explica Luiz Cláudio Mesquita.
Os parceiros do ProUCA sabem que a tecnologia por si só não resolve problemas, mas acreditam que a introdução de tecnologia de ponta no ambiente escolar pode trazer mudanças. “Visitamos algumas escolas, urbanas e rurais, e presenciamos uma realidade, na maioria dos casos, de exclusão digital daquelas comunidades. Isso nos impulsionou a querer definir um projeto que seria de tamanha importância para a sociedade brasileira”, diz o analista do Serpro Régison Martins, da equipe que desenvolveu o “Modelo Tecnológico de Infraestrutura do Projeto UCA”.
“Também fui às escolas e percebi que os coordenadores estão confiantes, ansiosos por esse serviço. Cada laptop pode mesmo ser uma biblioteca virtual que pode ser levada para qualquer lugar”, acrescenta o profissional do Serpro Wilson Tabata, que esteve em Santa Cecília do Pavão, no Paraná, município beneficiado pelo UCA Total. “O resultado da parceria tem sido tão satisfatória, que o Serpro foi convidado para participar de um outro projeto, o Cidades Digitais, do Governo Federal”, conclui o coordenador estratégico de Inclusão Digital do Serpro, Luiz Cláudio Mesquita.
Confira matéria da TV Serpro "Alunos conhecem os computadores do ProUCA", que traz imagens do notebook educacional sendo usado por crianças de escolas públicas no Distirto Federal.
Mais sobre o ProUCA
O ProUCA é uma evolução do projeto piloto UCA, pelo qual o governo federal comprou 150 mil laptops, que começaram a ser distribuídos em maio deste ano em trezentas escolas públicas de todo o país. O investimento do MEC na aquisição dessas máquinas foi de 82 milhões de reais.
O projeto piloto UCA nasceu em 2005 e é uma iniciativa do Governo Federal que, desde então, investiga a possibilidade de adoção de laptops educacionais como um meio de elevar a qualidade da educação pública brasileira. Para viabilizar os estudos necessários, o Governo Federal determinou a formação de um grupo interministerial, composto dos mais diversos órgãos governamentais para desenvolver o projeto.
O projeto tem sua origem no projeto do computador portátil de US$ 100, da OLPC, One Laptop per Child, que na iniciativa brasileira passou a se chamar, na fase experimental, UCA e agora está convertido em lei como ProUCA. Para saber mais, acesse o www.uca.gov.br.
Comunicação Social do Serpro - Fortaleza - 11 de outubro de 2010