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Governo quer triplicar o acesso à banda larga em 4 anos
O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) busca realizar investimentos para oferecer banda larga, de pelo menos 512 kbps, a todos os municípios brasileiros até 2014. A ideia do Plano é usar as redes de fibra óptica que já existem pelo país, investir em novas e criar conexões com redes móveis para atender zonas rurais e municípios afastados dos grandes centros, com preços acessíveis e serviço satisfatório, para populações de baixa renda.
Com isso, o governo pretende aumentar o número de domicílios com acesso à Internet. A meta é triplicar a penetração de acessos em quatro anos, ou seja, atingir 39 milhões de lares até 2014 e, com isso, promover maior difusão das aplicações de governo eletrônico, aumentar a competitividade das empresas brasileiras.
Essencialmente, podem-se destacar como principais objetivos do PNBL a redução da desigualdade social, redução da desigualdade regional, geração de emprego e renda e o fortalecimento da competitividade brasileira no mercado externo. Dentre os objetivos centrais citados pelo governo, está ainda o de levar a democracia digital às localidades mais longínquas do território brasileiro.
O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, afirmou ontem, 18, durante o debate ocorrido no Consegi 2010, que o PNBL oferecerá velocidade de 512 kbps a um custo estimado de R$ 10 por mês. “A tendência é que ocorra uma negociação com as operadoras para reduzir o custo dos modems e outras taxas”, prevê Santanna.
De acordo com ele, é importante garantir a qualidade de serviço e a segurança, o que incentivará o mercado nacional. Mas, segundo Santanna, para isso é necessário que haja esforços de todas as partes envolvidas no projeto, para a construção de uma infraestrutura sólida.
Banda larga para todos
O assessor Especial do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Nelson Fujimoto, declarou que a banda larga no Brasil “é cara, concentrada e lenta”. Ele explicou que o principal desafio do PNBL é massificar o acesso através da banda larga e, dessa forma, conseguir baratear o seu custo. O assessor apresentou dados referentes ao preço da conexão no Brasil e os comparou com dados da França, onde o custo é pelo menos três vezes menor. Para se ter uma ideia, no Brasil, o custo da conexão banda larga corresponde a 4,58% da renda per capita, enquanto na França essa índice gira em torno de 1%; isso sem falar na qualidade do serviço oferecido no país europeu, que seria, segundo Fujimoto, superior ao oferecido ao consumidor brasileiro.
Carlos Afonso, colaborador do Instituto Núcleo de Pesquisas, Estudos e Formação (Nupef), criticou a atual banda larga do Brasil, dizendo que aqui a conexão é “pseudo larga”. Segundo o pesquisador, o PNBL se apresenta como uma solução para os problemas com a conexão em alta velocidade no país.
Carlos mencionou um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) que avaliou os principais provedores de internet banda larga no país e concluiu o que a internet aqui é cara, tem velocidades ruins e que os provedores oferecem um serviço de baixíssima qualidade. A pesquisa vai além. Segundo o IDEC há, supostamente, um cartel que fixa preços e regras arbitrariamente.
O diretor-presidente do Serpro, Marcos Mazoni, alertou para a necessidade de qualificação do serviço e mencionou o acordo de cooperação do governo com a UFRJ, que tem como objetivo a criação de um centro tecnológico para os serviços em nuvem. O dirigente falou também da previsão de lançamento, ainda para o ano de 2010, da nova versão do Framework Demoiselle, já estruturada e integrada ao conceito de computação em nuvem.
Consegi
A terceira edição do Consegi começou hoje, em Brasília, e segue até o dia 20 de agosto. Acesse o endereço www.consegi.gov.br e acompanhe a transmissão ao vivo das principais atividades do evento.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 19 de agosto de 2010