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Padrão ODF entra na agenda da Campus Party
Jomar relatou alguns casos para conscientizar as pessoas da necessidade da criação de padrões: “Quando aconteceu o Tsunami, muitas pessoas morreram porque arquivos que eram trocados entre os países atingidos e os que estavam prestando assistência às vítimas, simplesmente não eram abertos, pois pertenciam a ferramentas de escritório distintas. Isso realmente aconteceu e é muito grave”.
Ele destacou ainda que várias empresas patrocinam e participam das discussões em torno do padrão e que “isto prova que não defendem o interesse da empresa A ou B, mas sim o interesse de todas”. E complementou: “Se você cria um arquivo, você quer que ele seja lido tanto por quem utiliza o MS Office, como por quem utiliza o BrOffice, OpenOffice, etc. Este cenário é o de hoje, mas quem garante que daqui a 10 anos, nós continuaremos utilizando estas ferramentas? O que vai acontecer com estes documentos se os programas que os geraram ficarem obsoletos?”.
A polêmica aprovação do OOXML
Jomar também é membro do comitê técnico da ABNT que avaliou o OpenOffice XML (OOXML). Ele e mais dois representantes brasileiros participaram da reunião que durou cinco dias em Genebra (Suíça) para a aprovação do OOXML pela ISO. Segundo ele, o padrão foi proposto pela Microsoft, “pois ela viu seu mercado ameaçado”. A norma criada tem mais de 6 mil páginas e, em sua primeira avaliação, foram encontrados mais de 3 mil erros.
Pelas regras da ISO, existe uma determinada quantidade mínima de países necessários para aprovar uma norma e a reunião na Suíça terminou com a rejeição pela maioria. Entretanto, uma nova votação foi marcada para março do ano passado, que culminou na aprovação do OOXML: “Após a divulgação do resultado final, o Brasil enviou um apelo formal à ISO, pedindo a anulação do processo, mas apesar de demonstrarmos diversas violações às diretrizes da ISO em nosso apelo, fomos sumariamente ignorados. África do Sul, Venezuela e Índia procederam da mesma forma e também foram ignorados”.
Com a aprovação do OOXML, através da norma ISO 29.500 de abril de 2008 e com texto final divulgado semanas atrás, o ODF terá algumas dificuldades pela frente: “Apesar do OOXML, é crescente o número de países que regulamentam a utilização do padrão”, finalizou Jomar.
Fórmulas padronizadas
Jomar encerrou a sua palestra atentando para a aprovação do OpenFormula, projeto que reune programadores de diversas ferramentas de escritório (como BrOffice e StarOffice) para o estabelecimento de um padrão nas fórmulas utilizadas nestas ferramentas: “O usuário vai poder calcular igual no Excel e no BrCalc, por exemplo”.
Ainda hoje, a partir das 20h, Jomar retornará ao Palco do Software Livre da Campus Party, com o minicurso “Desenvolvendo com ODF”.
Comunicação Social do Serpro - São Paulo, 21 de janeiro de 2009