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ODF: "passado, presente e futuro" na Campus Party 2009
Jomar relatou alguns casos para conscientizar as pessoas da necessidade da criação de padrões, principalmentem abertos: “Quando ocorreu o Tsunami no Sudeste Asiático, muitas pessoas morreram porque arquivos que eram trocados entre os países atingidos e os que estavam prestando assistência às vítimas, simplesmente não podiam ser abertos, já que pertenciam a ferramentas de escritório distintas”.
Ele destacou ainda que várias empresas patrocinam e participam das discussões em torno do padrão e que "isto prova que não defendem o interesse da empresa A ou B, mas sim o interesse de todas". E complementou: "Se você cria um arquivo, você quer que ele seja lido tanto por quem utiliza o Office, como por quem utiliza o BrOffice, o OpenOffice, etc. Este cenário é o de hoje, mas quem garante que daqui a 10 anos, nós continuaremos utilizando estas ferramentas? O que vai acontecer com estes documentos se os programas que os geraram ficarem obsoletos?".
A polêmica aprovação do OOXML
Jomar também é membro do comitê técnico da ABNT que avaliou o OpenOffice XML (OOXML). Ele e mais dois representantes brasileiros participaram de uma reunião que durou 5 dias em Genebra (Suíça) para aprovação do OOXML pela ISO. Segundo ele, o padrão foi proposto pela Microsoft, "pois ela viu seu mercado ameaçado".
A norma criada tem mais de 6.000 páginas e, em sua primeira avaliação, foram encontrados mais de 3.000 erros. Pelas regras da ISO, existe uma determinada quantidade mínima de países necessários para aprovar uma norma e a reunião na Suíça terminou com a rejeição pela maioria. Entretanto, uma nova votação foi marcada para março do ano passado, que culminou na aprovação do OOXML: “Após a divulgação do resultado final, o Brasil enviou um apelo formal à ISO, pedindo a anulação do processo, mas apesar de demonstrarmos diversas violações às diretrizes da ISO em nosso apelo, fomos sumariamente ignorados. África do Sul, Venezuela e Índia procederam da mesma forma e também foram ignorados”.
Com a aprovação do OOXML, através da norma ISO 29.500 de abril de 2008 e com texto final divulgado semanas atrás, o ODF terá algumas dificuldades pela frente: “Apesar do OOXML, é crescente o número de países que regulamentam a utilização do padrão”, finalizou Jomar.
Legenda: em azul, países que adotam o padrão ODF - outubro de 2008
Fórmulas padronizadas
Jomar encerrou a sua palestra atentando para a aprovação do OpenFormula, projeto que reune programadores de diversas ferramentas de escritório (como BrOffice e StarOffice) para o estabelecimento de um padrão nas fórmulas utilizadas nestas ferramentas" “O usuário vai poder calcular igual no Excel e no BrCalc, por exemplo".
Ainda hoje, a partir das 20h, Jomar retornará ao palco do Software Livre da Campus Party, com o minicurso “Desenvolvendo com ODF”.