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Relação entre universidade e governo é debatida no Consegi
Reflexões sobre a cooperação entre governo e universidade foram o destaque do debate sobre Governo Eletrônico no primeiro dia de atividades do III Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi 2010). A diretora do Departamento de Integração de Sistemas de Informação, Nazaré Lopes Bretas, ressaltou que há poucos anos se quebrou no país a tradição dos governos comprarem soluções proprietárias prontas, ao invés de investir em pesquisa. A diretora também destacou a diretriz atual do governo federal e listou o que considera os principais desafios para o e-Gov.
“Nossa diretriz se volta para atender a toda sociedade e aos códigos abertos, que não podem por em risco os serviços de governo eletrônico inovadores que já estão disponíveis para a sociedade. Entre todos os desafios, ressalto a interporabilidade institucional, que tem que refletir a participação e o controle sociais. Esse desafio é imenso porque temos mais de 4 mil prefeituras que têm políticas públicas transformadoras, mas sem a tecnologia necessária para a sua concretização”, pontuou Nazaré.
Para o professor do IME-USP e diretor do Centro de Competência em Software Livre da USP, Fabio Kon, o governo eletrônico avançou muito no Brasil, sendo referência mundial em algumas áreas. Contudo, destacou que em alguns aspectos o país está mal posicionado em comparação a outros, como no caso dos sistemas de saúde. O professor exemplificou com uma experiência pessoal como é importante a aproximação maior entre projetos práticos do governo e universidade.
“Eu consigo facilmente dinheiro da Cnpq e Capes para fazer pesquisas teóricas que não servem pra nada, mas tenho interesse em desenvolver coisas práticas. Fiz uma pesquisa e artigos sobre uso do celular no trabalho de agentes de saúde para melhorar o Programa Saúde da Família, feito no papel. Tentei contato com o governo, mas não houve diálgo. Esse caso foi o contrário do que aconteceu com o middleware Ginga, desenvolvido pela PUC-Rio com apoio do governo”, comentou Fábio.
Apesar da necessidade de avanços na parceria entre poder público e academia levantada no debate, o vice-presidente da Red Hat Inc, Michael Tiemann, apontou para uma importante convergência entre as duas esferas.
“A coisa mais importante que eu ouvi nesse debate é que tanto a perspectiva da universidade quanto a do governo apontam para a mesma direção. Aqui os interesses começam a converger no mesmo sentido. Eu acho que o Brasil fez uma escolha muito estratégica, na qual abertura, transparência e inclusão são fundamentais não só para o ponto de vista do direito dos cidadãos, mas para o ponto de vista da sustentabilidade. O que isso faz é colocar as oportunidades e responsabilidades do sucesso não só em poucas mãos, mas nas mãos de todas as pessoas”, ressaltou Tiemann.
Notícias Consegi
Confira a cobertura completa do III Congresso Internacional Software Livre e Governo Eletrônico (Consegi 2010). Acesse www.consegi.gov.br/comunicacao.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 18/8/2010