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Software Livre: Brasil amplia participação no consórcio OW2
A Caixa Econômica Federal, a Secretaria de Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento e o Proderj assinaram nesta segunda-feira, 08/12, durante o Free Software Rio 2008, evento que acontece no Rio de Janeiro, uma carta de intenção de adesão ao consórcio OW2, organização internacional que congrega entidades do setor público e privado para criação de um framework padrão para o desenvolvimento de aplicações em software livre que possam ser facilmente compartilhadas.
Para esta terça-feira, 09/12, está prevista a adesão do Banco do Brasil ao documento. "Ficam faltando só a Dataprev e a Infraero", diz Paulo Coelho, presidente do Proderj, encarregado de articular a iniciativa. Porquê uma carta de intenções? "Para a adesão formal, o documento com validade internacional tem que passar pelo departamento jurídicos de todos os órgão e empresas envolvidas. Isso já está em andamento. A idéia é que, no prazo de 120 dias, possamos formalizar a adesão", acrescenta o executivo.
Criado em janeiro de 2007, através da união da Objectweb e da Orientware, duas comunidades que congregam companhias líderes e organizações e pesquisa de vários países, o Consórcio OW2 marca uma revisão do Consórcio ObjectWeb original. No Brasil, a primeira adesão ocorreu em março de 2007 e foi do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). Logo depois, o Serpro também aderiu à entidade.
Uma rápida visita ao repositório atual do OW2 dá acesso à dúzias de projetos de enorme importância. O domínio da plataforma Java e XML mostra o compromisso dos projetos e seu caráter de multiplataforma. Razão do grande interesse do Brasil, especialmente, frente aos enormes desafios de compartilhamento de soluções entre órgãos da administração pública federal, estadual e municipal.
"Quando a gente fala em compartilhamento de soluções passa necessariamente por um fremework padrão", explica Paulo Coelho. "Os ambientes são heterogêneos. Falamos no desenvolvimento em java, mas qual Java? É difícil compartilhar. Aqui no Brasil, a primeira inciativa de ter um framework particiu da Celepar, com o Pinhão, que virou 14 Bis e, agora, Demoiselle. Ele está muito alinhado com essa idéia do OW2 de ter objetos que possam ser reutilizados", completa o presidente do Proderj.
A parceria com o OW2 facilita aos brasileiros o acesso a pesquisas e produtos baseados em código aberto produzidos por instituições européias e asiáticas. A entrada de novas empresas brasileiras no consórcio é um marco para o País. "Pretendemos, com isso, partir para a ação prática, compartilhando também soluções criadas por nós", afirma Paulo Coelho.
Atualmente, o OW2 mantém cerca de 100 projetos em andamento, conduzidos simultaneamente por seus membros, e 30 soluções já concluídas e incorporadas pelo mercado em áreas como Engenharia de Software, workflow (Orchestra, Shark e Bonita), XML (X-Wiki), Business Intelligence (Spagobi) e Java (Jonas). Para Cédric Thomas, CEO do OW2, agora, as melhores oportunidades de negócios, inclusive para as empresas privadas, estão nos segmentos de Telecomunicações e de Computação em Grid (nuvem).
Convergência Digital, Cristina De Luca, 8 de dezembro de 2008