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Tecnologia é palco de lutas por direitos e liberdades para a sociedade
O Consegi 2011 começou ontem, 11 de maio, com o tema Dados Abertos Para a Democracia na Era Digital. A escolha revela o anseio da sociedade e do governo em discutir questões que envolvem a transparência pública, eficiência do Estado e participação cidadã. Em diversas palestras, apresentações e oficinas, o congresso está mostrando que a tecnologia é uma importante arena de reflexão e luta por direitos individuais e coletivos, espaço para o debate sobre liberdade e partilha do conhecimento.
Para ser livre
"O software livre vai revolucionar o nosso continente", afirmou o diretor-geral da ODF Alliance Latin América, Jomar Silva. Ele participou de uma mesa que relatou experiências bem sucedidas de adoção da plataforma aberta em Cuba, Paraguai, Equador e Brasil. Miriam Valdés, do Ministério da Informática e das Comunicações de Cuba relatou problemas que dificultam o acesso ao conhecimento digital em seu país, como desastres climáticos e o bloqueio internacional, mas fez questão de destacar conquistas e avanços obtidos por causa da opção pelo SL. "O compartilhamento de softwares livres está criando uma revolução silenciosa, que vai mudar a história de nossos países", completou Jomar.
Dado ainda não é informação
Como transformar um turbilhão de dados em informação acessível e útil ao cidadão? Essa foi a pergunta do debate que reuniu Rufus Pollock, diretor da Open Knowledge Foundation, Sergio Amadeu, professor e cyberativista, e Marcos Mazoni, diretor-presidente do Serpro. Amadeu argumentou que a todos deve ser dada a possibilidade de fazer "mineração de dados" a partir de seu computador pessoal, o que faria surgir um "Estado em rede", mais eficiente e participativo.
"Algum conteúdo ou dado só é aberto quando qualquer pessoa é livre para usar, reutilizar e redistribuir", afirmou Rufus Pollock em outro momento da programação do Consegi 2011. Segundo ele, a demanda por dados abertos está em efervescência porque existe uma necessidade de se organizar o excesso de informação disponível. "Não vejo a abertura de dados como um fim em si mesmo, vejo como um meio para a melhoria no dia a dia das pessoas, com a reutilização e redistribuição das informações. O governo, que não comercializa dados ou informações, deve ser o primeiro a disponibilizá-los. É a santíssima trindade: Inovação, eficiência e transparência", completou.
Acesso universal
O Programa Nacional de Banda Larga (PNBL) também foi tema de mesa no primeiro dia do Consegi. Representantes dos principais responsáveis pelo desenvolvimento do PNBL - Telebrás, Anatel, UFRJ, MCT - e o ativista da liberdade na internet, Marcelo Branco, abordaram os desafios do programa no cenário brasileiro. "São três os objetivos necessários e primordiais para o programa: internet mais rápida, mais barata e expansão da cobertura do serviço. É preciso enxergar a internet como oportunidade e não como ameaça. A banda larga no Brasil é uma das mais caras do mundo e não chega para todos. Vamos criar um grande movimento com este plano, capitaneado pela Telebrás. Precisamos lutar por políticas para termos um plano nacional efetivamente amplo para o cidadão", destacou Marcelo Branco.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 12 de maio de 2011