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Telecentros colaboram para a emancipação das comunidades
Os destaque central dos painelistas foi o importante papel dos telecentros nas políticas de inclusão digital. O evento foi uma oportunidade para o intercâmbio de experiências entre os países participantes.
"O acesso à informação é desigual". A afirmativa é de Célio Turino, do MinC, que defende que as redes comunitárias devem ser espaços de emancipação social que se encontram nos telecentros para gerar conteúdo para essa mesma rede. "Esses telecentros devem potencializar as habilidades da comunidade local na intenção de gerar autonomia e apoderamento social", explica. Para ele, os telecentros e redes sociais representam a alteração da relação do Estado/sociedade, na medida que esses são ações da sociedade reconhecidas e potencializadas pelo Estado.
David González, de Cuba, apresentou os números dos projetos de inclusão de seu país. De acordo com ele, 100 mil computadores em Cuba são destinados à programas sociais do governo cubano que objetivam a inclusão digital da população, todos operam em sistema operacional livre GNU/Livre, equipados com Open Office. "O governo tem investido fortemente em treinamento de reprodutores de conhecimento, o que gera compartilhamento real entre os técnicos do governo", analisa González.
Para Luiz Antônio Côrrea, da RITS, o desafio do telecentro não é simplesmente disponibilizar acesso à rede para a sociedade, mas sim focar na boa utilização do espaço. "A autonomia das redes, a produção de conteúdo e o investimento na capacitação permite o uso real do telecentro, na medida que possibilita a criação de novas redes comunitárias", conclui.
Segundo Beatriz Tibiriça, do Coletivo Digital, o foco dos telecentros deve ser analisado de outra forma. "Esses são espaços comunitrários que devem permitir à sociedade o acompanhamento das novas tecnologias e não apenas uma ambiente de alfabetização digital", analisa. Ela ainda destaca que o telecentro é o espaço mais adequado para identificar e mapear a comunidade e o movimento de inclusão deve estar à atendê-la. "Congregar todas as culturas e interesses é papel da inclusão digital", conclui.
"A pluralidade dos telecentros e integração de políticas públicas são os conceitos que baseam o projeto do Comitê de Inclusão Digital", afirma Cristina Mori, da SLTI, que defendeu que as diversas iniciativas buscam articulações com os demais programas do governo, e o diálogo acontece em todos os níveis, desde o político até o dos instrutores.
Luiz Claudio Mesquita, coordenador estratégico de ID do Serpro, foi o responsável pela mediação do painel e destacou que a montagem do painel congregando o governo e a sociedade civil foi o que deu o tom democrático a discussão.
Comunicação Social do Serpro - Brasília, 27 de agosto de 2008