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Universidade realiza 230 mil cursos de software livre
O número foi alcançado em apenas cinco anos de crianção do centro. Neste exato momento, mais de 1,5 mil pessoas estão recebendo a capacitação para trabalhar com esse tipo de programa de computador.
"A defesa do software livre tem razões ideológicas, pois permite a construção de um novo conhecimento a partir do conhecimento de outros", afirma Leonardo Lazarte, coordenador do CDTC. "Assim, o caminho do desenvolvimento tecnológico não se bloqueia", completa o professor.
O objetivo principal do centro é oferecer capacitação para uso de softwares livres para funcionários públicos, mas existem também outras disciplinas abertas ao público em geral. Na área de software livre, são oferecidos cursos como Introdução a Micro-informática, Filosofia Gnu, Linguagem SQL, Programação Java e PHP, Configuração Apache e Criptografia e Chaves Digitais, entre outros.
A maior parte dos alunos virtuais do CDTC são servidores públicos com graduação superior, com mais de três anos de mercado e que exercem funções técnicas em suas empresas. Segundo pesquisa realizada com usuários em 2006, 95% deles utilizam os conhecimentos adquiridos em suas atividades profissionais.
ENTRAVES - A capacitação em software livre atende a um dos antigos objetivos do governo Lula. A intenção é migrar a infraestrutura governamental para sistemas e programas de código aberto. Hoje, órgãos como o Ministério da Educação, Serpro e Dataprev usam servidores que rodam em Linux, sistema operacional concorrente do Windows, mas que funciona em código aberto.
O professor Lazarte reconhece que esse trabalho de migração é difícil e de longo prazo. "Houve um recuo na vontade política do governo em avançar na questão do software livre, mas o entrave maior é essencialmente a inércia, a acomodação das pessoas com o sistema e os programas que usam, toda mudança causa um certo desconforto".
O gestor do projeto CDTC no Insttuto de Tecnologia da Informação, Djalma Valois, compara o uso de um novo sistema operacional e programas ao de um automóvel recém saído da concessionária. "O que faz o domínio do carro ser fácil ou difícil é o nível de conhecimento que as pessoas tem das funcionalidades do veículo, a experiência do dono com o uso, quais funções você precisa ou não", afirma.
Com o início do ano letivo de 2009, o professor Lazarte pretende aprofundar as discussões sobre o uso desse tipo de programa de computador na UnB, por meio do Comitê de Informática da universidade. De acordo com ele, a instituiçãoe precisa definir políticas claras quanto à utilização de sistemas de código aberto.
Jornal de Brasília, 19 de março de 2009