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Web 2.0: o desafio de mudar a cultura do trabalho
A Web 2.0 deve ser considerada uma prioridade nos ambientes de trabalho. Essa é uma das conclusões da análise apresentada na semana passada em um seminário promovido pela consultoria inglesa Ovum, do setor de TI. O diretor de pesquisas da Ovum e responsável pela análise, Steve Hodgkinson, discutiu o uso de tecnologias como wikis, blogs e mídias sociais para intensificar o fluxo de informações e estimular a colaboração. Para Hodgkinson, o uso dessas ferramentas depende principalmente da mudança da forma como as pessoas trabalham e colaboram.
O especialista alerta que os funcionários devem ser treinados em ferramentas como Twitter e Facebook para que a adoção em massa aconteça, e que o sucesso da ação depende principalmente das mudanças no comportamento e cultura. O analista também explicou por que a Web 2.0 está se tornando mais integrada entre as organizações.
"Um dos mitos é considerar a Web 2.0 ‘coisa para as pessoas jovens’. Você observa o melhor uso da tecnologia pelas pessoas mais velhas", afirmou Hodgkinson, em entrevista ao site IDG News Service, no seminário "Where next for Enterprise Collaboration?", apresentado na Austrália.
Mas, se há alguns anos esperava-se que a Web 2.0 revolucionasse a organização do trabalho e a interação dos funcionários, o especialista destaca que o comportamento desses representa o principal empecilho à implementação das ferramentas e do trabalho colaborativo. Ele explica que as empresas tendem a ter uma cultura excessivamente competitiva para se compartilhar informações. Assim, a informação vira instrumento de poder que as pessoas gostam de usar para avançar sozinhas na carreira.
Colaboração em rede no Serpro
O espírito do compartilhamento, alma da web 2.0, está presente no Serpro pela iniciativa do Trabalho Cooperado, que tem como objetivo proporcionar a troca de conhecimento e experiências entre pessoas de diferentes áreas, gerando sinergia na concretização dos projetos. O modelo de trabalho segue a estrutura colaborativa da internet, como o visto nas comunidades de Software Livre.
"Consideramos importante a postura na Web 2.0, em que as pessoas são mais atuantes. Mas o fundamental, no Trabalho Cooperado, é fazer com que as ideias se tornem realidade, além dos debates e sugestões. A iniciativa é uma sensibilização da Casa na medida em que percebe que as pessoas têm boas contribuições para projetos de outras áreas", define o assessor da presidência, Augusto Abelin Moreira, do Comitê Estratégico de Trabalhos Cooperados.
Novos conceitos
De acordo com Augusto Abelin, a empresa tem hoje cerca de 10 projetos realizados de forma cooperada, mas afirma que ainda há muito mais a conquistar: "Todos esses conceitos novos têm que ser trabalhados. As pessoas ainda acham que suas ideias não serão ouvidas e suspeitam da divisão das informações pela competição. Já os gestores podem temer que a dedicação de algumas horas do empregado em projetos cooperados prejudique sua área".
Pensar o uso das ferramentas da rede também faz parte do processo do Trabalho Cooperado, segundo Augusto. "Quando a gente fala de instrumento de comunicação, temos que abrir espaço para ferramentas como Twitter e Facebook. Não podemos descartar uma ferramenta pelo risco dela ser mal utilizada. Temos que aprender a usá-las. O Trabalho Cooperado tem que rever alguns conceitos para que as pessoas possam efetivamente usar as ferramentas que precisam, pois uma das condições do Trabalho Cooperado é não ser necessária a presença física das pessoas", defende Augusto.
Leia mais sobre exemplos do desenvolvimento colaborativo de projetos, como o Demoiselle e Farol, em matéria da revista Tema.
Comunicação Social do Serpro - Rio de Janeiro, 2 de agosto de 2010